domingo, 27 de janeiro de 2008

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Encostei-me a ti, sabendo que eras somente onda.
Sabendo bem que eras nuvem, depus a minha vida a ti,
como sabia bem tudo isso, dei-me ao teu destino frágil,
fiquei sem poder chorar, quando caí.
(Cecília Meireles)

domingo, 20 de janeiro de 2008

Filmes do final de semana (eu recomendo)

"Minha chefe é uma gata"

"O estagiário dos meus sonhos"

"O poder do microfone"

sábado, 12 de janeiro de 2008

A praia de BH

Assumo.
Amo a Praça da Liberdade mais que o Parque Ibirapuera, que o Pontão do Lago Sul, que a Lagoa do Taquaral e que muitos outros lugares gostosos para caminhar por esse Brasilzão.
Caminhar pra mim é mais que atividade física: é um ato de observar e se auto-observar, pois é quando mais penso no que estou pensando.
Adoro caminhar pela praça que ainda tem coreto, mesmo que quase nunca usado para seu fim oficial, que tem jardim de rosas, chafariz, monumento de alguém que desconheço, carrinho de pipoca, crianças correndo loucamente e tudo mais o que a qualifica como uma tradicional praça do interior.
No meu mundo, é o local mais democrático de BH. Nela, um flautista sem camisa solta no ar suas melodias religiosamente toda tarde de sábado. Não cobra por sua arte, não pede atenção, está ali vivendo um momento seu e tendo a generosidade de dividi-lo com os outros.
Nela, o casal de meninas (sim, a Beagachion é muderna) faz carícias alheio aos olhares preconceituosos, uma senhora aplica algo que parece reiki ou passe em outra mais jovem, um casal de velhinhos, na faixa dos 70, se beija como em filme preto e branco.
Duas turmas escolhem as ruelas da praça para beber. Sentadas na grama decidem pelo vinho e pela vodca.
É a vida em seu estado bruto. São as várias vivências, experiências, sensações, momentos. É a vitrine de como somos muitos, grandes e, ao mesmo tempo, nada perto do todo. As palmeiras, quaresmeiras, roseiras, buganviles (não sei como escreve), jatobás e outras tantas completam a moldura do retângulo singular, do meu retângulo preferido.

Da série Frases geniais

"Sofrimento não da milhagem", meu sábio terapeuta, Sérgio

"Se o estupro é iminente, o melhor mesmo é escolher logo um japonês", do meu não tão sábio, mas não menos engraçado chefe, Nicolau,

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Pequenez

O Sol ainda brilha alto lá fora.
Dentro dela o frio na barriga de repetir o passado.
Repetir sentimentos que odeia sentir.
Assumir a pequenez que luta contra diariamente.

E o Sol brilha lá fora.
Já pediu ajuda pra Lua,
Conselho pro mar,
Mandou ele levar embora tudo que 2007 trouxe de inútil,
Falou pro sal limpar.

O vento soprou ares novos,
A Lua iluminou a novidade,
O corpo agradeceu o aconchego,
O coração à felicidade.

O Sol ainda brilha alto lá fora.
O labirinto de sua razão segue travesso.
Assumir a pequenez que luta contra diariamente...

2007/2008

Lagarta – Casulo – Borboleta
Abrir as asas dói no começo.
Mas a vista vale a pena!